Classificação angular para protrusão acetabular utilizada no serviço de ortopedia da Faculdade de Medicina do ABC

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Edson Hidenori Miashiro
Takeshi Chikude
Eduardo Nagashigue Yamaguchi
Nelson Keiske Ono
Fausto Boccatto Rosa
Ocilmar Dias do Amaral Junior
Gustavo Martins Fontes
Cléber Furlan
Carlo Milani
Edison Noboru Fujiki

Resumo

Introdução: a protrusão acetabular foi inicialmente descrita por Otto, em 1824. A incidência é maior no sexo feminino e a bilateralidade, mais comum, é maior nas protrusões de etiologia primária. Sotelo-Garza e Charnley definiram uma classificação que considera a distância da parede medial em relação à linha de Köhler. Objetivo: apresentar a classificação angular para protrusão acetabular e demonstrar sua aplicabilidade. Método: a classificação da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) foi determinada a partir da medida do ângulo P (ângulo de protrusão), formado pela intersecção de três linhas. Foram avaliadas radiografias de bacia em dois grupos de pacientes: o primeiro, com pacientes sem protrusão acetabular, em que foram definidos os valores de normalidade, e o segundo, com pacientes com protrusão acetabular. Destes, foram medidos o ângulo P e o tamanho da protrusão de acordo com Sotelo-Garza e Charnley, sendo os resultados comparados. Dezenove quadris com protrusão foram submetidos à artroplastia total e comparados os valores do ângulo P no pré e pós-operatório. Resultados: o valor médio do ângulo P, em pacientes sem protrusão acetabular, foi -1,22°. No segundo grupo, observou-se semelhança quando foram comparados os valores da classificação FMABC e os da classificação de Sotelo-Garza e Charnley. A comparação entre os valores do ângulo P pré e pós-operatórios resultou em diferença estatisticamente significante (p<0,001). A classificação angular foi dividida em leve, moderada e grave. Conclusões: o ângulo P foi sempre superior a zero nas protrusões acetabulares, os valores numéricos das duas classificações foram estatisticamente significativos, possibilitando a utilização dos mesmos valores da classificação de Sotello-Garza e Charnley para a classificação FMABC, e o uso de enxerto causou uma lateralização do componente acetabular.

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Artigos Originais

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