Retalho pediculado temporofrontal para reconstrução de defeitos em cabeça e pescoço

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Christiana Maria Ribeiro Salles Vanni
Fábio Roberto Pinto
Rodrigo Castro
Jossi Ledo Kanda

Resumo

Objetivo: Os retalhos livres, considerados o padrão-ouro na cirurgia reparadora, não podem ser utilizados na reconstrução de todos os defeitos pós-excisionais cervicofaciais, principalmente naqueles pacientes portadores de severas comorbidades clínicas. Dessa forma, retalhos pediculados clássicos, como o retalho temporofrontal, ainda representam uma alternativa ao cirurgião de cabeça e pescoço. Este trabalho teve por objetivo descrever nossa experiência com a utilização do retalho temporofrontal, baseado na artéria temporal superficial para a reconstrução de defeitos pós-excisionais em cabeça e pescoço. Método: Foi realizado um estudo retrospectivo de cinco casos consecutivos de pacientes portadores de neoplasias malignas do território da cabeça e pescoço, tratados entre 2000 e 2009, nos quais foi utilizado o retalho temporofrontal. Nos cinco pacientes, os retalhos livres estavam contraindicados devido a comorbidades clínicas ou à falta de condições técnicas para a realização de microcirurgia. Resultados: Não foi observada perda total do retalho em nenhum caso. Houve integração completa do enxerto de pele na área doadora nos cinco casos. Todos os pacientes receberam alta precoce, sem complicações imediatas. Os objetivos da reconstrução foram alcançados em quatro dos cinco pacientes. Conclusão: Analisando os nossos resultados, observamos que o retalho temporofrontal apresentou boa evolução na maioria dos casos, com reabilitação funcional satisfatória em quatro dos cinco pacientes. Em função das limitações da microcirurgia em nosso meio, a utilização de retalhos loco-regionais pediculados, como o retalho temporofrontal, deve fazer parte da formação do cirurgião de cabeça e pescoço.

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Artigos Originais

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