Queimadura solar de terceiro grau no idoso

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Sidney Zanasi Jr
Gerson Vilhena Pereira Filho
Raul Telerman
Fábio Del Claro
Eduardo Possari
Sílvia Arroyo Rstom

Resumo

O envelhecimento é um processo biológico que traz inúmeras alterações fisiológicas. Isso torna os idosos mais propensos a lesões como queimaduras. Mesmo com a relevância do tema para as diversas especialidades médicas e da gravidade, não encontramos na literatura consultada relatos semelhantes. IDM, 83 anos, feminino, hipertensa, diabética e parkinsoniana. Vítima de queda, com exposição de membros inferiores ao sol das 8 às 13h. Não recebeu atendimento até o 21º dia, quando foi admitida na Unidade de Tratamento. No exame apresentava 6% da superfície corporal queimada, sendo 1,5% lesões de terceiro grau. Permaneceu internada por 45 dias, submetida a três desbridamentos cirúrgicos e curativos diários com fibrinolítico. Realizou-se enxerto autólogo de pele parcial com sucesso. A pele, pela ação do tempo, sofre alterações fisiológicas deletérias que predispõem as lesões com mais facilidade e isso tem sido importante objeto de pesquisas. Divide-se o envelhecimento da pele como intrínseco e extrínseco. Diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica alteram a macro e a microcirculação propiciando um meio mais fragilizado. Tais fatores, somados ao fotoenvelhecimento, podem culminar com lesões graves. As agressões solares caracteristicamente não chegam a provocar o grau de lesão observado neste relato. Um dos tratamentos consiste na ressecção das áres necróticas e enxertia com tecido autólogo após adequado preparo da área receptora. Assim, o envelhecimento cutâneo intrínseco e extrínseco associado à insuficiência vascular local característica da topografia referida e doenças como diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica propiciam uma situação de extrema fragilidade tecidual.

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Referências

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