Irrigação da curvatura menor do estômago após vagotomia gástrica proximal: estudo morfométrico em cães

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Carlos Augusto Real Martinez
Jaques Waisberg
Denise Gonçalves Priolli
Rogério Tadeu Palma

Resumo

Objetivo: avaliar os efeitos da vagotomia gástrica proximal (VGP) sobre a vascularização da curvatura gástrica menor. Material e método: foram utilizados 15 cães, distribuídos em dois grupos experimentais: grupo A (grupo-controle), com animais submetidos à tração gástrica, e grupo B, com animais submetidos à VGP. Todos os cães foram mortos no 7o dia de pós-operatório e imediatamente foi infundido corante xantínico na aorta torácica à pressão de 12 mmHg. O estômago, depois de perfundido com o corante, foi isolado das demais vísceras e fotografado pelas superfícies externa e interna. Nos animais do grupo B, as áreas coradas e desprovidas de coloração foram mensuradas por meio de três métodos morfométricos: decomposição milimétrica, planimétrico e morfométrico computadorizado. A análise estatística dos resultados, comparando os dois grupos experimentais, foi feita pelo teste de Mann-Whitney. A análise de variância entre os três métodos de calculo utilizados foi feita pelos testes ANOVA e de Kruskal-Wallis. Resultados: verificou-se que nos animais do grupo A houve completo preenchimento da superfície mucosa gástrica pela substância corante, enquanto em todos os animais do grupo B houve formação de área desprovida de coloração na região da curvatura gástrica menor e que representou 29% de toda a superfície mucosa do órgão (p< 0,05). Conclusões: concluiu-se que a VGP pode provocar formação de área potencialmente sujeita à isquemia na região da cur vatura gástrica menor.

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