Queixas técnicas e reações adversas a medicamentos notificadas em um hospital regional (Brasil): um estudo transversal

Conteúdo do artigo principal

Alan Maicon de Oliveira
Valéria Albuquerque Vaz Rodrigues
Juliana Petini Passerini
Paula Bercelli Zanoveli Pedreiro
Beatriz Alessi Minto

Resumo

Introdução: Reações adversas e os incidentes associados com medicamentos ocasionam a morte e ameaçam a segurança do paciente. No Brasil, persiste-se uma escassez de dados epidemiológicos e uma abordagem ainda insuficiente. Objetivo: Descrever a frequência e as características das notificações de queixas técnicas e reações adversas a medicamentos (RAM) em um hospital regional. Métodos: Estudo transversal, realizado em um hospital de ensino referência para o noroeste do Estado de São Paulo. Por meio do sistema Notivisa da Anvisa, foram contabilizadas as notificações de RAM e queixas técnicas do período de junho de 2012 a julho de 2014. Excluíram-se as não finalizadas e com dados incompletos. Os casos de RAM foram classificados de acordo com o critério de gravidade, sistema de órgãos afetado e caracterização da classe do fármaco suspeito. Ademais, as características do sexo e da idade dos pacientes envolvidos também foram investigadas. Os dados foram descritos como frequência simples e proporções. Resultados: No total, contabilizaram-se 151 (84,8%) notificações de potenciais RAM e 27 (15,2%) de queixas técnicas. Mulheres (62,9%) com idades entre 26-59 anos (42,4%) foram predominantes entre os pacientes notificados com RAM. A maioria das reações foram distúrbios da pele (33,1%), de gravidade moderada (70,2%), provindas de medicamentos que atuam no sistema nervoso (35,8%). Sobre as queixas técnicas, o extravasamento de líquido do material de acondicionamento foi a ocorrência mais descrita (40,7%). Conclusão: As notificações associadas com medicamentos são recorrentes no âmbito hospitalar e as características relatadas embasam conhecimentos sobre o perfil clínico dos episódios adversos apresentados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Oliveira, A. M. de, Rodrigues, V. A. V., Passerini, J. P., Pedreiro, P. B. Z., & Minto, B. A. (2018). Queixas técnicas e reações adversas a medicamentos notificadas em um hospital regional (Brasil): um estudo transversal. ABCS Health Sciences, 43(1). https://doi.org/10.7322/abcshs.v43i1.1015
Seção
Artigos Originais

Referências

Zed PJ, Haughn C, Black KJL, Fitzpatrick EA, Ackroyd-Stolarz S, Murphy NG, et al. Medication-related emergency department visits and hospital admissions in pediatric patients: a qualitative systematic review. J Pediatr. 2013;163(2):477-83.https://dx.doi.org/10.1016/j.jpeds.2013.01.042

Freitas GRM, Tramontina MY, Balbinotto G, Hughes DA, Heineck I. Economic impact of emergency visits due to drug-related morbidity on a Brazilian hospital. Value Health Reg Issues. 2017;14(Suppl C):1-8.https://dx.doi.org/10.1016/j.vhri.2017.03.003

Laporte J-R. Fifty years of pharmacovigilance: medicines safety and public health. Pharmacoepidemiol Drug Saf. 2016;25(6):725-32. https://dx.doi.org/10.1002/pds.3967

Santoro A, Genov G, Spooner A, Raine J, Arlett P. Promoting and protecting Public Health: How the European Union Pharmacovigilance System Works. Drug Saf. 2017;40(10):855-69. https://dx.doi.org/10.1007/s40264-017-0572-8

Rydberg DM, Holm L, Engqvist I, Fryckstedt J, Lindh JD, Stiller CO, et al. Adverse drug reactions in a tertiary care emergency medicine ward - prevalence, preventability and reporting. PLoS One. 2016;11(9):e0162948. https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0162948

Alatawi YM, Hansen RA. Empirical estimation of under-reporting in the U.S. Food and Drug Administration Adverse Event Reporting System (FAERS). Expert Opin Drug Saf. 2017;16(7):761-7.http://dx.doi.org/10.1080/14740338.2017.1323867

Patel NS, Patel TK, Patel PB, Naik VN, Tripathi C. Hospitalizations due to preventable adverse reactions-a systematic review. Eur J Clin Pharmacol. 2017;73(4):385-98. https://dx.doi.org/10.1007/s00228-016-2170-6

Lobo MGAA, Pinheiro SMB, Castro JGD, Momenté VG, Pranchevicius MCS. Adverse drug reaction monitoring: support for pharmacovigilance at a tertiary care hospital in Northern Brazil. BMC Pharmacol Toxicol. 2013;14:5. https://dx.doi.org/10.1186/2050-6511-14-5

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Sistema de Notificações para a Vigilância Sanitária (Notivisa). Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/notivisa Acesso em: 03 jan. 2017.

World Health Organization (WHO). The importance of pharmacovigilance: safety monitoring of medicinal products. Geneva: World Health Organization; 2002.

World Health Organization (WHO). International drug monitoring: the role of the hospital. Geneva: World Health Organization; 1966.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária. Manual do Usuário: formulário para notificação de eventos adversos à medicamento. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/manual/ea_medicamento_profissional.pdf. Acesso em: 04 ago. 2017.

Hartwig SC, Siegel J, Schneider PJ. Preventability and severity assessment in reporting adverse drug reactions. Am J Hosp Pharm. 1992;49(9):2229-32.

National Institutes of Health. National Cancer Institute. Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE). US Department of Health and Human Services. 2009;4(3):1-78.

World Health Organization (WHO). Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology, Guidelines for ATC classification and DDD assignment 2013. Oslo, 2012. Disponível em: https://www.whocc.no/filearchive/publications/1_2013guidelines.pdf/ Acesso em: 21 set. 2017.

Truven Health Analytics. Micromedex® Solutions. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 21 set. 2017.

Mendes D, Alves C, Marques FB. Iatrogenia grave desconhecida, notificações e notificadores: resultados da actividade da Unidade de Farmacovigilância do Centro. Rev Port Med Geral Fam. 2012;28(1):34-40.

Chen CJ, Cheng CF, Lin HY, Hung SP, Chen WC, Lin MS. A comprehensive 4-year survey of adverse drug reactions using a network-based hospital system. J Clin Pharm Ther. 2012;37(6):647-51.https://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2710.2012.01359.x

Ruiter R, Visser LE, Rodenburg EM, Trifiró G, Ziere G, Stricker BH. Adverse drug reaction-related hospitalizations in persons aged 55 years and over: a population-based study in the Netherlands. Drugs Aging. 2012;29(3):225-32. https://dx.doi.org/10.2165/11599430-000000000-00000

Pedrós C, Quintana B, Rebolledo M, Porta N, Vallano A, Arnau JM. Prevalence, risk factors and main features of adverse drug reactions leading to hospital admission. Eur J Clin Pharmacol. 2014;70(3):361-7.https://dx.doi.org/10.1007/s00228-013-1630-5

Kim B, Kim SZ, Lee J, Jung AH, Jung SH, Hahn HJ, et al. Clinical profiles of adverse drug reactions spontaneously reported at a single Korean hospital dedicated to children with complex chronic conditions. PLoS One. 2017;12(2): e0172425. https://dx.doi.org/ 10.1371/journal.pone.0172425

Rosli R, Ming LC, Abd Aziz N, Manan MM. A retrospective analysis of spontaneous adverse drug reactions reports relating to paediatric patients. PLoS One. 2016;11(6):e0155385. https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0155385

Lima PFd, Cavassini ACM, Silva FAT, Kron MR, Gonçalves SF, Spadotto A, et al. Queixas técnicas e eventos adversos a medicamentos notificados em um hospital sentinela do interior de São Paulo, 2009-2010. Epidemiol Serv Saúde. 2013;22(4):679-86.http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742013000400014