Percepção de estagiários da área da saúde e trabalhadores de Instituições de Longa Permanência de Idosos sobre a institucionalização

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Fernanda dos Santos Pascotini
Elenir Fedosse

Resumo

Introdução: Com o progressivo aumento do envelhecimento da população, a institucionalização cresce, especialmente por, na maioria das vezes, ser a única opção de moradia e cuidado para idosos e/ou seus familiares. As concepções dos profissionais que atuam nas instituições repercutem em seus comportamentos e formas de atender/cuidar em saúde. Objetivo: Identificar a percepção de estagiários da área da saúde e trabalhadores de Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) sobre a institucionalização. Métodos: Estudo quali-quantitativo através de questionário preenchido pelos estagiários e trabalhadores da ILPI. Dados interpretados a partir da análise descritiva dos dados e análise de conteúdo. Resultados: 40 indivíduos participaram da pesquisa, sendo 65% estagiários da saúde e 35% trabalhadores. Quanto aos aspectos positivos da institucionalização, surgiram duas categorias: assistência emocional (apoio e segurança, carinho e socialização entre os idosos) e assistência física (cuidados especializados e acessibilidade). Quanto aos aspectos negativos, surgiram três categorias: distanciamento do mundo exterior (afastamento da família, de bens materiais e isolamento social), regras impostas: rotina da instituição, falta de privacidade/liberdade e ausência de lazer; cuidado profissional: falta de especialidades e despreparo de profissionais. Quando questionados se morariam em uma ILPI na velhice, 22 afirmaram que sim. Conclusão: Surge a necessidade do seguimento do estudo, sugerindo-se estratégias capazes de minimizar os aspectos negativos da institucionalização nesta ILPI, detectados pela amostra, e maximizar/melhorar os aspectos positivos. É papel dos trabalhadores aprimorarem-se continuamente para melhorar as condições de funcionamento das instituições em que trabalham. 

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Como Citar
Pascotini, F. dos S., & Fedosse, E. (2018). Percepção de estagiários da área da saúde e trabalhadores de Instituições de Longa Permanência de Idosos sobre a institucionalização. ABCS Health Sciences, 43(2). https://doi.org/10.7322/abcshs.v43i2.1026
Seção
Artigos Originais
Biografia do Autor

Fernanda dos Santos Pascotini, Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Universidade Federal de Santa Maria – Santa Maria (RS)

Fisioterapeuta, doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana da UFSM, RS, Brasil

Elenir Fedosse, Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Universidade Federal de Santa Maria – Santa Maria (RS)/ Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde – Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria (RS) /Programa de Pós-Graduação em Gerontologia, Universidade Federal de Santa Maria – Santa Maria (RS)

Fonoaudióloga, doutora professora do Curso de Fonoaudiologia, do Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana (Mestrado e Doutorado), do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde e Professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em Gerontologia da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS, Brasil.

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