Atividades extracurriculares: uma perspectiva comparativa entre faculdades de saúde no Brasil e na Irlanda
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Resumo
Introdução: A universidade influencia o desenvolvimento psicossocial e cognitivo dos estudantes, moldando sua visão geral acerca da carreira profissional. As atividades extracurriculares (AEs) representam formação complementar no contexto universitário, aprimorando habilidades críticas e técnicas. Objetivo: Descrever o perfil das atividades extracurriculares desenvolvidas em duas diferentes universidades: Universidade do Estado do Pará (UEPA), no norte do Brasil, e o Waterford Institute of Technology (WIT), no sudeste da Irlanda, no período de Março a Maio de 2015. Método: O estudo caracterizase como descritivo, transversal e observacional, com casuística de 452 universitários de 5 cursos: Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional na UEPA (n=306), Promoção de Saúde e Estudos de Saúde, Exercício no WIT (n=146). Os dados foram coletados por meio de questionário autoaplicável. Resultados: Os resultados mostraram que a maioria dos estudantes desenvolvia atividades extracurriculares (80%), com maior participação feminina (60%). Os estudantes acreditam que as AEs contribuem para sua formação (87%) e tiveram suas motivações iniciais satisfeitas (97%). Entre as atividades mais desenvolvidas estão ligas acadêmicas, estágios e pesquisa científica na UEPA e voluntariado e associações atléticas no WIT. Conclusão: Este estudo demonstrou que as atividades extracurriculares mais frequentemente desenvolvidas pelos graduandos da Universidade do Estado do Pará são estágios profissionais, ligas acadêmicas e pesquisa, enquanto entre os graduandos do Waterford Institute of Technology predominam a participação em voluntariado e associações atléticas. Tais divergências refletem questões de ordem social, cultural e econômicas das respectivas sociedades, podendo ter impacto no perfil de profissional formado.
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