Estresse oxidativo na interrupção da ventilação mecânica em pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico: um estudo randomizado e cego
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Introdução: Os efeitos tóxicos do oxigênio não estão bem estabelecidos em seres humanos. Objetivo: Analisar os níveis de estresse oxidativo (EOx) na interrupção da ventilação mecânica (VM) em pacientes vítimas de TCE. Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal, analítico, randomizado e cego. Participaram 12 pacientes: PSV (n=6) e grupo Tubo-T (n=6). A interrupção da VM deu-se em: PSV- (Δ 7 cmH2O) e PEEP (5 cmH2O) durante 30 minutos; Tubo-T - o paciente foi conectado ao tubo T com FiO2 a 0,4 durante 30 minutos. Realizou-se avaliação morfológica do EOx no plasma sanguíneo pelo Dry layer oxidative test. A coleta foi realizada: com 24h de VM, antes do teste, em 15’ de teste e após o teste PSV ou Tubo-T. Para análise da normalidade utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk para análise intragrupo e intergrupos, o teste ANOVA seguido de Tukey; para correlação-Correlação de Spearman (p valor 5%). Resultados: Não houve aumento estatisticamente significativo na descontinuidade da matriz extracelular nos grupos (p>0,05). Os níveis de EOx encontraram-se elevados (grau III–moderado) nas primeiras avaliações. Não foi encontrada correlação significativa entre os parâmetros de VM com o EOx. O grupo PSV permaneceu em média 12.33 dias sob VM, tendo EOx de 29.02 (grau III/ moderado) – r=0.8, p=0.01; o grupo Tubo T em média 12.83±2.2 dias, tendo EOx de 31.03±5.41 (grau IV/grave)- r=0.9, p=0.07. Conclusão: Não houve diferença no comportamento do EOx entre os métodos de interrupção da VM. No entanto, o EOx aumentou com o tempo de VM.
Downloads
Detalhes do artigo
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob uma licença Creative Commons CC BY que permite o compartilhamento e adaptação do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Referências
Lima MVC, Guimarães RMO, Silva GPF , Mont’Alverne DGB. Perfil clínico e desmame ventilatório de pacientes acometidos por traumatismo crânio-encefálico. Rev Neurocienc. 2012;20(3):354-9.
Mazullo Filho JBP, Bona S, Rosa DP, Silva FG, Forgiarini Junior LA, Dias AS, et al. Os efeitos da ventilação mecânica no estresse oxidativo. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(1):23-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2012000100004
Ribeiro JS, Baldan CS, Masson IFB, Esteves Júnior I, Bernardo K, Civile VT. Análise da variação percentual do índice de respiração rápida e superficial (IRRS) no desmame ventilatório. J Health Sci Inst. 2013;31(2):205-9.
Lopes JSC, Jesus PNLG, Machado TO, Reis HFC. Preditores de falha de extubação em unidade de terapia intensiva. Rev Pesq Fisioter. 2016;6(2):179-88. http://dx.doi.org/2238-2704rpf.v6i2.889
Freitas ERFS, Favarão C, Chivalki EP, Pessoa JSF. Ventilação mecânica em pacientes com síndrome da angústia respiratória aguda. UNOPAR Cient. 2007;9(1):53-60.
Verona C, Benfato MS, Teixeira C. Associação da ventilação mecânica e seu desmame com o estresse oxidativo. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2013.
Pinho WL, Silva APR. Efeitos do exercício físico sobre a formação de espécies reativas de oxigênio e os compostos antioxidantes da dieta. Rev Bras Nutr Esportiva. 2013;7(37):77-87.
Davidovich N, DiPaolo BC, Lawrence GG, Chhour P, Yehya N, Margulies SS. Cyclic Stretch–Induced Oxidative Stress Increases Pulmonary Alveolar Epithelial Permeability. Am J Respir Cell Mol Biol. 2013;49(1):156-64. http://dx.doi.org/10.1165/rcmb.2012-0252OC
Carlos SP, Dias AS, Forgiarini Júnior LA, Patrício, PD, Graciano T, Nesi RT, et al. Dano oxidativo induzido por exposição a fumaça de cigarro em camundongos: impacto sobre o pulmão e o músculo diafragma. J Bras Pneumol. 2014;40(4):411-20.
Tasaka S, Amaya F, Hashimoto S, Ishizaka A. Roles of oxidants and redox signaling in the pathogenesis of acute respiratory distress syndrome. Antiox Redox Signal. 2008;10(4):739-54. http://dx.doi.org/10.1089/ars.2007.1940
Prado FP, Paludetto DRB, Bachur CAK, Freitas RAL, Zaia JE, Barros Neto TL, et al. Estresse oxidativo no plasma sanguíneo de indivíduos submetidos ao esforço físico agudo seguido de crioimersão corporal. Fisioter Pesqui. 2012;19(3):215-21. http://dx.doi.org/10.1590/S1809-29502012000300005
Olszewer E. Microscopia óptica como método de medida de radicais livres. 2ed. São Paulo: Ícone, 2001.
Tomicic FV, Andresen HM. Ventilación mecánica en el paciente con lesión cerebral aguda. Rev Med Chile. 2011;139(3):382-90. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872011000300016
Shamim MS, Qadeer M, Murtaza G, Enam SA, Farooqi NB. Emergency department predictors of tracheostomy in patients with isolated traumatic brain injury requiring; emergency cranial decompression. J Neurosurg. 2011;115(5):1007-12. http://dx.doi.org/10.3171/2011.7.JNS101829
Lazaridis C, DeSantis SM, McLawhorn M, Krishna V. Liberation of neurosurgical patients from mechanical ventilation and tracheostomy in neurocritical care. J Crit Care. 2012;27(8):417.e1-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcrc.2011.08.018
Pinheiro BV, Tostes RO, Brum CI, Carvalho, EV, Pinto SPS, Oliveira JCA. Traqueostomia precoce versus traqueostomia tardia em pacientes com lesão cerebral aguda grave. J Bras Pneumol. 2010;36(1):84-91. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132010000100014
Huang H, Li Y, Ariani F, Chen X, Lin J. Timing of tracheostomy in critically ill patients: a meta-analysis. PLoS One. 2014;(3):e92981. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0092981
Magalhães ALG, Souza LC, Faleiro RM, Teixeira AL, Miranda AS. Epidemiologia do traumatismo cranioencefálico no Brasil. Rev Bras Neurol. 2017;53(2):15-22.
Bertotti MM. Associação entre os níveis plasmáticos de marcadores de estresse oxidativo e mortalidade de pacientes com trauma craniano grave. Monografia (Conclusão de Curso) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: 2009; p. 5-7.
Falk DJ, DeRuisseau KC, Van Gammeren DL, Deering MA, Kavazis AN, Powers SK. Mechanical ventilation promotes redox status alterations in the diaphragm. J Appl Physiol. 2006;101(4):1017-24. http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00104.2006
Lecuona E, Sassoon CS, Barreiro E. Lipid overload: trigger or consequence of mitochondrial oxidative stress in ventilatori nduced diaphragmatic dysfunction? Am J Respir Crit Care Med. 2012;186(11)1074-6. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.201209-1735ED
Picard M, Jung B, Liang F, Azuelos I, Hussain S, Goldberg P, et al. Mitochondrial dysfunction and lipid accumulation in the human diaphragm during mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Med. 2012;186(11):1140-9. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.201206-0982OC
Powers SK, Wiggs MP, Duarte JA, Zergeroglu AM, Demirel HA. Mitochondrial signaling contributes to disuse muscle atrophy. Am J Endocrinol Metab. 2012;303(1):E31-9. http://dx.doi.org/10.1152/ajpendo.00609.2011
Barbosa KBF, Costa NMB, Alfenas RCG, Paula SO, Minim VPR, Bressan J. Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores modulatórios. Rev Nutr. 23(4):629-43. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732010000400013
Murray GD, Butcher I, McHugh GS, Lu J, Mushkudiani NA, Maas AI, et al. Multivariable prognostic analysis in traumatic brain injury: results from the IMPACT study. J Neurotrauma. 2007;24(2):329-37. http://dx.doi.org/10.1089/neu.2006.0035
Arent AM, Souza LF, Walz R, Dafre AL. Perspectives on molecular biomarkers of oxidative stress and antioxidant strategies in traumatic brain injury. Bio Med Res Int. 2014;(2014):1-18. http://dx.doi.org/10.1155/2014/723060
Mckee AC, Daneshvar DH. The neuropathology of traumatic brain injury. Handb Clin Neurol. 2015;127:45-66. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-444-52892-6.00004-0
Lozano D, Gonzales-Portillo GS, Acosta S, de la Pena I, Tajiri N, Kaneko Y, et al. Neuroinflammatory responses to traumatic brain injury: etiology, clinical consequences, and therapeutic opportunities. Neuropsychiatr Dis Treat. 2015;11:97-106. http://dx.doi.org/10.2147/NDT.S65815
Faller S, Seiler R, Donus R, Engelstaedter H, Hoetzel A, Spassov SG. Pre-and posttreatment with hydrogen sulfide prevents ventilator-induced lung injury by limiting inflammation and oxidation. PloS One. 2017;12(10):0186532. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0176649
Haddad SH, Arabi YM. Critical care management of severe traumatic brain injury in adults. Scand J Trauma Resusc Emerg Med. 2012;20:12. http://dx.doi.org/10.1186/1757-7241-20-12