Qualidade de vida de estudantes de medicina e a dificuldade de conciliação do internato com os estudos
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Resumo
Introdução: Os anos finais do curso de graduação em Medicina estão cercados pelo aumento gradual de responsabilidades acumuladas durante o curso, que por muitas vezes, podem sobrecarregar os estudantes modificando a qualidade de vida dos mesmos. Objetivo: Analisar o perfil de qualidade de vida de formandos do curso de Medicina e a sua associação com a dificuldade em conciliar o internato e os estudos. Métodos: A amostra foi formada por 302 estudantes, de ambos os sexos, com média de idade de 25,4 anos, que frequentavam o internato obrigatório do curso de Medicina. Foram investigadas a qualidade de vida por meio do WHOQOL-bref, informações sociodemográficas e características do internato. Resultados: Os scores da qualidade de vida geral (63,52) e domínios Psicológico (73,17) e Físico (73,19) foram os indicadores de qualidade de vida com percepção mais negativa por parte destes estudantes. Da amostra, 29,1% relataram percepção neutra ou negativa destas questões. Os domínios Físico (p=0,004), Psicológico (p=0,008) e Meio ambiente (p=0,026) apresentaram poder preditivo de 15,8% da qualidade de vida geral. Além disso, os estudantes que possuíam dificuldades em conciliar o internato com o estudo tiveram menor qualidade de vida geral (p=0,026) e física (p=0,010). Conclusão: Os piores indicadores de qualidade de vida foram os domínios Psicológico, Físico e a qualidade de vida geral. Uma parcela da amostra relatou percepção neutra ou negativa de sua qualidade de vida. Alunos com dificuldade em conciliar o internato e os estudos apresentaram percepção mais negativa no domínio Físico e na qualidade de vida geral.
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