O impacto das condições bucais na qualidade de vida de cuidadores domiciliares de idosos e práticas em saúde bucal
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Resumo
Introdução: Identificar fatores relacionados à qualidade de vida constitui estratégia para as ações de suporte e acompanhamento da saúde da população. Objetivo: Avaliar as práticas em saúde bucal nos idosos, as condições clínicas de saúde bucal do cuidador e do idoso e a qualidade de vida relacionada à saúde bucal dos cuidadores. Métodos: A saúde bucal foi avaliada em 388 participantes (194 cuidadores e 194 idosos) usando: índice dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD), uso e necessidade de próteses, instrumento Oral Health Impact Profile (OHIP-14) e questionário semiestruturado. Resultados: A maioria dos cuidadores (91,3%) adquiriu conhecimento em saúde bucal na prática diária, 33% realizava higiene bucal no idoso e 28% relatou ter dificuldades com esta atividade. Registrou-se CPOD 19,24 para cuidadores e 28,70 para idosos, ambos com predomínio do componente perdido. Dos cuidadores, 57,73% usava prótese e dos idosos, 63,40%. A necessidade das próteses foi alta principalmente na mandíbula, respectivamente 34,54% e 51,55%. A associação entre OHIP-14 e a necessidade de prótese total evidenciou impacto nas dimensões incapacidades física e psicológica. A importância da religião associou-se a impactos nas dimensões desconforto psicológico e incapacidades física e psicológica. Os cuidadores com 60 anos ou mais apresentaram chance de 1,2 vezes maior de impacto da saúde bucal na qualidade de vida quando comparados ao grupo de 20 a 60 anos. Conclusão: O impacto na qualidade de vida dos cuidadores foi minimizado pela presença de contextos culturais pouco valorativos de autocuidado associados à percepção positiva de saúde bucal, mesmo em condições clínicas precária.
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