Uso da tigeciclina em hospital de ensino
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Resumo
Introdução: A tigeciclina é agente antimicrobiano, aprovada para o tratamento de infecções complicadas na pele e tecidos moles, pneumonia hospitalar e adquirida na comunidade, infecções intra-abdominal e infecções anaeróbias ou atípicas. Objetivo: Descrever o uso da tigeciclina em hospital de ensino e comparar dados de pacientes que tiveram suas prescrições auditadas pela comissão de infecção hospitalar com os que não tiveram prescrições auditadas. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo observacional realizado em hospital de ensino de abril de 2012 a março de 2014 incluindo pacientes que receberam tigeciclina. Foram coletadas variáveis demográficas, comorbidades, achados microbiológicos, antibióticos prescritos e pareceres técnicos emitidos pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Resultados: Foram incluídos 71 pacientes, com idade entre 13 e 92 anos, 63,4% eram do sexo masculino e 56,3% eram não brancos. A tigeciclina foi primeira escolha antimicrobiana em 19,7% (14/71) dos casos, enquanto o uso associado a outros antibióticos foi observado em 66,2% (45/71) das prescrições. principalmente com meropenem (28,9%). O uso empírico foi realizado em 69,0% dos casos, após cultura e o antibiograma em 31,0% e o uso off label em 81,7%. Os microrganismos frequentemente identificados pelos testes de cultura foram Enterococcus faecalis (17,6%), Pseudomonas aeruginosa (14,7%) e Klebsiella penumoniae (11,8%). Conclusão: O estudo demonstrou que o uso empírico e off label é comum na prática clínica e poucas prescrições foram orientadas pelos resultados da cultura e do antibiograma, demonstrando necessidade de prescritores avaliarem os benefícios/riscos do uso desse antibiótico, risco de resistência, efeitos adversos e interações medicamentosas, além do custo.
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