Estratégias de enfrentamento adotadas por alunos e professores no contexto da pandemia de COVID-19: um estudo transversal
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Resumo
Introdução: Mediante a crise sanitária instaurada pela Pandemia de COVID-19, no Brasil, atividades presenciais nas universidades foram interrompidas, seguindo diretrizes para minimizar níveis de contaminação por coronavírus, com implicações para a saúde mental de estudantes e professores. Objetivo: Identificar estratégias de enfrentamento utilizadas por alunos e professores de uma universidade brasileira durante a pandemia de COVID-19, e variáveis sociodemográficas e institucionais/acadêmicas associadas. Métodos: Realizou-se um levantamento transversal, com questionário online contendo questões sobre aspectos socioeconômicos e a Escala de Modos de Enfrentamento. Resultados: 671 alunos e 231 professores de uma universidade pública do sul do Brasil utilizaram mais estratégias de enfrentamento focadas no problema, seguidas de busca de apoio social. Para os docentes, as variáveis frequência que saíram de casa e gênero associaram-se positivamente a estratégias focadas no problema, na emoção e religião/pensamento fantasioso, respectivamente. Quanto aos estudantes, as mulheres usaram predominantemente estratégias focadas na emoção e estratégias voltadas à religião/pensamento fantasioso. Os estudantes com 27 anos ou mais usaram mais estratégias focadas no problema e pessoas com 18-20 anos e 21-26 anos, usaram predominantemente estratégias focadas na emoção. Viver com a família e sair de casa 8 dias ou mais associaram-se à estratégia focada na religião/pensamento fantasioso. Conclusão: Sugere-se atenção às variáveis gênero, idade e frequência de saída de casa no planejamento de ações de saúde mental para fomentar o uso ampliado de estratégias de enfrentamento por estudantes e professores universitários ao longo de momentos de crise de desenvolvimento, como os que emergiram na pandemia.
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