Trombose arterial tibial e fibular pós-COVID-19: abordagens terapêuticas
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Resumo
Introdução: As evidências atuais apontam para um estado de hipercoagulabilidade, como sequela da hiper inflamação, importante mecanismo patogénico que contribui para o aumento da mortalidade na COVID-19. O objetivo desse estudo foi relatar caso de oclusão arterial das artérias tibiais 21 dias após a alta hospitalar por COVID-19 e analisar a conduta adotada. Relato: Paciente do sexo feminino com 47 anos ficou internada na enfermaria por COVID-19 há 21 dias, sem outras comorbidades. Não apresentava história de doença prévia nem de eventos trombóticos familiar. Nesse período foi submetida a profilaxia com enoxaparina 40mg 12/12. A avaliação do D-dímero foi realizada de rotina, porém sem alterações evidentes. Após cinco dias de alta hospitalar apresentou sintomas de dor em membro esquerdo e na avaliação clínica os pulsos femoral e poplíteo eram palpáveis, mas distalmente não havia pulso ou fluxo ao Doppler à beira do leito. Foi feita embolectomia e retirada quantidade significativa de trombos, surgindo pulso tibial posterior após o término do procedimento. Permaneceu sob heparinização completa por 72 horas para transição para anticoagulação oral e alta hospitalar com melhora clínica significativa, restando apenas dor moderada à deambulação. No primeiro retorno o paciente apresenta dor discreta ao caminhar, mas todos os pulsos palpáveis e simétricos, e a anticoagulação plena é mantida. Conclusão: A oclusão arterial aguda na COVID-19 tem uma nova etiologia e pouco sabemos sobre seu comportamento. A abordagem terapêutica difere da causa arteriosclerótica, principalmente em relação ao tempo de anticoagulação que não possui definição na literatura.
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