Estado nutricional e dieta enteral prescrita e recebida por pacientes de uma Unidade de Terapia Intensiva

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Maria Denise Stefanello
Fabiana Assmann Poll

Resumo

Introdução: A nutrição enteral representa uma possibilidade terapêutica de manutenção ou recuperação do estado nutricional, para tanto, tão essencial quanto a prescrição da terapia adequada às necessidades do paciente é a constatação de que ele receberá o que lhe é prescrito. Objetivo: Verificar o estado nutricional de pacientes em uso da terapia de nutrição enteral, relacionando com a adequação do valor energético, proteico e volume prescrito e recebido durante internação na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Métodos: Estudo observacional descritivo retrospectivo e quantitativo. Foram avaliados pacientes adultos internados na Unidade de Tratamento Intensivo em uso de terapia de nutrição enteral exclusiva por mais de 72 horas, de julho a setembro de 2011. Considerou-se satisfatória a adequação ≥60% para calorias e proteínas relacionando o recebido e o prescrito da dieta enteral e ≥90% para a adequação do volume de dieta. Para análise do estado nutricional foi utilizado o índice de massa corporal a partir de uma amostra não probabilística de caráter intencional. Resultados: Totalizou-se 36 pacientes. Desses, 16,7% estavam em magreza e 44,44% em eutrofia. Aproximadamente 44,4 e 22,2% dos pacientes, respectivamente, atingiram ≥60% das calorias e proteínas prescritas, destacando-se aqueles em estado nutricional de magreza (p=0,012). Do total de pacientes, 36% alcançaram a adequação de volume sem diferença estatisticamente relevante com o estado nutricional (p=0,771). Conclusão: Verificou-se que a maioria dos pacientes estava em estado nutricional de eutrofia ou sobrepeso. Adultos em estado crítico receberam menos dieta enteral do que o prescrito.

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Como Citar
Stefanello, M. D., & Poll, F. A. (2014). Estado nutricional e dieta enteral prescrita e recebida por pacientes de uma Unidade de Terapia Intensiva. ABCS Health Sciences, 39(2). https://doi.org/10.7322/abcshs.v39i2.625
Seção
Artigos Originais

Referências

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