Concordância entre valores autorreferidos e mensurados de massa corporal e estatura para o diagnóstico do estado nutricional em universitários de educação física

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Leandro Rechenchosky
Lauane Lacerda Ines
Lídia Acyole de Souza Oliveira

Resumo

Introdução: Massa corporal e estatura autorreferidas têm sido utilizadas cada vez mais em estudos, sobretudo naqueles que envolvem grandes amostras. Objetivo: Analisar a concordância entre valores de Massa Corporal (MC) e estatura autorreferidos e mensurados para o diagnóstico do Estado Nutricional (EN) em universitários de educação física. Métodos: A amostra foi composta por 301 acadêmicos (56,5% mulheres), que relataram valores de MC e estatura, bem como tiveram essas variáveis mensuradas por meio de balança eletrônica e estadiômetro da marca Welmy, respectivamente. O Índice de Massa Corporal (IMC) foi obtido pela relação massa corporal (kg) e estatura (m2). Resultados: Embora tenham sido observadas diferenças entre algumas médias, o Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) demonstrou alta concordância, com variação de 0,94 a 0,99. Quando a análise envolveu grupos conforme o EN os resultados mostraram baixa concordância apenas para o IMC do grupo obesidade (0,57), sendo que os demais valores de CCI foram predominantemente acima de 0,90. Após categorização do EN, a concordância entre as frequências foi considerada boa (0,82). Utilizando a técnica de Bland e Altman, observou-se que a média das diferenças entre o valor mensurado e autorreferido foi próxima de zero (0,36 kg/m²) com Intervalo de Confiança (IC95%) variando de -1,18 a 1,91 kg/m². Conclusão: Verificaram-se evidências suficientes para a utilização de valores autorreferidos de MC e estatura, bem como para o diagnóstico do estado nutricional, sendo nessa população uma opção válida e segura.

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Como Citar
Rechenchosky, L., Ines, L. L., & Oliveira, L. A. de S. (2016). Concordância entre valores autorreferidos e mensurados de massa corporal e estatura para o diagnóstico do estado nutricional em universitários de educação física. ABCS Health Sciences, 41(2). https://doi.org/10.7322/abcshs.v41i2.871
Seção
Artigos Originais

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