Prevalência de aloimunização eritrocitária em pacientes portadores de anemia falciforme

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Alexandre Gomes Vizzoni
Heladya Maria Matos Moreira

Resumo

Embora as transfusões de concentrado de hemácias sejam importantes para o tratamento de pacientes com anemia falciforme, elas acarretam riscos imunológicos tais como a aloimunização a antígenos eritrocitários. Aproximadamente 50% dos pacientes de anemia falciforme recebem transfusões no decorrer da vida, e entre 5 e 10% desses pacientes são submetidos a um programa de transfusão crônica. A aloimunização eritrocitária é uma complicação relativamente comum, podendo até mesmo levar a reações transfusionais hemolíticas tardias, contribuindo para aumentar as comorbidades da doença. Importantes medidas para prevenção dessas complicações nesses pacientes são o uso de hemácias previamente fenotipadas, além da fenotipagem do próprio receptor de concentrado de hemácias, determinando seu correto perfil fenotípico e possibilitando a escolha de concentrado de hemácias com antígenos correspondentes ao do paciente a ser transfundido. Extensa genotipagem eritrocitária profilática para selecionar doadores para pacientes que receberão repetidas transfusões durante um longo período é uma aplicação atraente de tipagem de sangue baseado em DNA. Isso é particularmente relevante para pacientes com doença falciforme, nos quais a taxa de aloimunização é elevada.

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Como Citar
Vizzoni, A. G., & Moreira, H. M. M. (2017). Prevalência de aloimunização eritrocitária em pacientes portadores de anemia falciforme. ABCS Health Sciences, 42(1). https://doi.org/10.7322/abcshs.v42i1.950
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