Limites e possibilidades para a efetivação da integralidade na atenção à saúde: o Cenário de Ensino em questão
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Resumo
Introdução: A atuação do fisioterapeuta ainda é voltada para o tratamento dos distúrbios cinéticos funcionais em órgãos e sistemas do corpo humano, privilegiando a atenção secundária e terciária à saúde. Deseja‑se, no entanto, alcançar no processo de formação, o perfil manifesto no ideário que norteia os princípios da integralidade, que enfatiza a importância da atenção primária. Apesar das mudanças curriculares experimentadas na formação superior em Fisioterapia, organizadas de forma integrada e apoiadas na interdisciplinaridade, percebe‑se que o conceito de integralidade não é reproduzido e incorporado de forma efetiva, desde o início da graduação até o momento do estágio prático na clínica/escola da Universidade. Objetivos: Verificar se as propostas presentes na concepção do cenário de ensino foram efetivadas de acordo com as premissas de integralidade de atenção à saúde. Métodos: Na tentativa de buscar respostas para tais questionamentos, foram analisados os documentos diretivos da instituição de ensino – Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI), Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e o documento Centro Integrado de Saúde (CIS) –, para podermos verificar se tais documentos permitem a proposição de estratégias agregadoras da integralidade na atenção à saúde. Resultados e Conclusão: Tais documentos demonstraram uma sinergia com os princípios humanos fundamentais, para com o ser, para com o aluno e para com a sociedade como um todo, agindo assim, em consonância com os preceitos da integralidade. Não significando, no entanto, que a integralidade fora utilizada como um dos pilares norteadores destes documentos.
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